Willyan Rodrigues - "Goordo" Junior

Meu nome é Willyan Rodrigues. Bem, mas o importante não é como me chamam, e sim por que estou lhes contando isso.

À quatro anos atrás fui em uma viagem de exploração à Ilha Ilhabella, precisava ganhar alguns pontos extras na faculdade. Assim que cheguei a ilha fui até uma encosta alta, pensava em tomar um banho de cachoeira antes de começar a trabalhar mesmo. Depois de um mergulho e outro, avistei com um pouco de dificuldade o que poderia ser uma caverna, no fundo da queda d'água. Resolvi explorar o lugar a noite, momento em que não teria muitos expectadores. Comigo levei, além é claro do tanque de oxigênio, uma boa lanterna, meu relógio de mergulho e uma câmera fotográfica, aprova d'água. Pensava que conseguiria encontrar alguma espécie rara da vida marinha, naquele lugar.

Depois de alguns minutos debaixo d'água e cerca de 98m abaixo do nível do mar, e nenhuma alma viva, percebi o que parecia ser um bolsão de ar. Fui verificar e pra minha surpresa era um pequeno conjunto de outras cavernas, fora d'água. Com um espírito de explorador natural, dos oceanologistas, fui verificar o que poderia estar escondido ali. O que encontrei? No fundo da gruta, que mais parecia uma cripta, uma Pedra Azul do tamanha de uma bola de tênis estava cravada na parede. Ela era linda, e apesar da pouca iluminação, muito brilhante. Tirei algumas fotos do lugar e principalmente dela, daí não resisti e a toquei na intensão de retirá-la, foi ai que.... desmaiei. Assim que a toquei, vi um forte clarão e... Desmaiei. Esta é a ultima coisa que me lembro daquela noite.

Logo que acordei procurei algo para iluminar o lugar... curiosamente eu estava em meu quarto de hotel. Não faço a menor ideia de como fui parar lá, então esperei amanhecer, peguei meus equipamentos de mergulho novamente, diga-se de passagem que não sei nem como os levei para o hotel, e voltei a caverna. Ao chegar lá, a Pedra Azul havia desaparecido, mas uma semelhante a ela, porém totalmente transparente e cristalina, estava caída no chão. No início pensei que tudo não passava de delírios da minha cabeça, devido a pressão da profundidade, então retornei ao hotel, mas as lembranças continuavam a me perturbar e a foto da Pedra, fazia-me crer que tudo fora real. O que? Como? Quando? eram as perguntas que mais vinham a minha cabeça.

Na tarde daquele mesmo dia, tudo ficou claro. Com a cabeça voando, pensando mil coisas, sobre o que poderia ter acontecido, não percebi um carro que vinha em alta velocidade na minha direção. Apesar das várias buzinadas e das sirenes altas, não percebi a ambulância que aproximava-se. Finalmente despertei do transe de meus pensamentos e ao olhar para o lado o grande veículo se aproximava. Na esperança de sobreviver, instintivamente ergui os braços para defender a cabeça, com esse movimento encobri minha visão. Ouve um grande estrondo e muita gritaria, quando retirei os braços da frente do rosto uma estranha energia Azul me circundava, dela, braços de energia da mesma cor, se estendiam até o veículo e o seguravam para que o carro não me atingi-se.

Em pânico com o ocorrido, não esperei que alguém me fizesse perguntas, apenas corri para o hotel, arrumei minhas coisas e fui para o outro lado da ilha. Um hotel e um vilarejo em que ninguém saberia quem eu era ou o que havia acontecido. Deste novo hotel, comecei a me informar sobre a cachoeira em que mergulhei, e fiquei sabendo sobre a origem da mesma, na verdade a origem da própria ilha. Ela não era uma simples Ilha popular por suas belas paisagens e sim por que fora vítima do fragmento de um meteoro décadas antes. Ele caíra sobre a ilha e formou a queda d'água, muitos astrônomos e Ufologos, visitaram aquela esquecida ilha. O tempo passou e as histórias sobre o meteoro e viajantes do espaço foram deixadas para trás.

A minha dúvida até hoje é de onde veio aquele meteoro. Nunca descobri. Mas desde então tenho treinado os poderes que recebi daquela pedra misteriosa e a guardo em casa, junto com a foto de sua cor original. Espero que ela não tenha pertencido a uma classe de conquistadores extraterrestre e não acredito muito na força do destino ou em deuses e deusas que abençoam a Terra. No entanto, algo me levou aquele lugar e não pretendo desperdiçar a chance que me fora dada. Com estes poderes que ganhei só temo uma única coisa... que descubram quem realmente sou e queiram fazer algo contra mim ou minha família.